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A mostrar mensagens de março, 2020

Um mal nunca vem só


Emily Dickinson: "Prayer is a little implement"


Prayer is the little implement
Through which men reach
Where presence is denied them.
They fling their speech

By means of it in God's ear;
If then He hear,
This sums the apparatus
Comprised in prayer.

Deslocações para férias


Segundo notícia de ontem à noite do Açoriano Oriental, o Secretário da Saúde do Governo Regional dos Açores denuncia que há pessoas a exigir o restabelecimento de ligações aéreas nos Açores para poderem ir de férias. 

Explica que tal se tem vindo a registar depois de o Governo Regional ter autorizado, em casos excepcionais, algumas deslocações, nomeadamente de pessoas que, após terem deixado de estar em vigilância activa em uma ilha, foram autorizadas a regressar à sua ilha de residência.

O pedido de deslocações para férias é um caso típico de: deste ao meu vizinho, também tens de me dar a mim, mas melhor. Ou de: eu cá sinto-me bem. Que quer dizer: não vou contagiar ninguém nem ficar doente.

Aquando da notícia, havia 27 casos confirmados de COVID-19 nos Açores. Hoje, por esta altura, já foram confirmados 33. Os dados da Direcção-Geral da Saúde e da Organização Mundial da Saúde também não sugerem deslocações para férias.

Pico do COVID-19 em Portugal


Ministra da Saúde, hoje.

Citação da Bíblia 4: Isaías


For thus says the high and lofty One
     who inhabits eternity, whose name is Holy:
"I dwell in the high and holy place,
     and also with him who is of a contrite and humble spirit,
to revive the spirit of the humble,
     and to revive the heart of the contrite."

Isaías 57:15 (Revised Standard Version)

Inovação linguística


Acabei de ler num texto publicado há 8 horas:

"Mesmo de corentena vamos festejar."

Talvez aglutinação das palavras "corona" e "quarentena."

Achado na Net (3)



Sobre Documents of the Christian Church, 4.ª ed. (Oxford: OUP, 2011).

Uma versão protestante da famosa "bar joke"


Autor: Colby Jones. Fonte: SirColby.com.

Também esta árvore reverdecerá


Bannockburn, Illinois.

Coisas para fazer


O The New York Times reuniu uma lista de coisas para fazer durante a quarentena, que é actualizada todos os dias de semana. Para aceder, clicar aqui.

As sugestões vão de programas de TV e do cinema à culinária, à música e à literatura. Outras visam envolver toda a família, como é o caso dos jogos de tabuleiro. 

Algumas destas sugestões estão disponíveis para acesso imediato, mas muitas requerem a criação de uma conta no site do jornal. No entanto, para a maior parte das coisas não é preciso assinar e, portanto, o acesso é grátis.

Neste último grupo estão, por exemplo, uma lista de reprodução musical, uma selecção de música por parte dos críticos e outra de livros por parte de escritores.

Por seu turno, o The Guardian oferece uma lista de jogos de vídeo para, paradoxalmente, ajudar pessoas a socializar enquanto praticam distanciamento e isolamento social. Claro que a infelicidade seria que, para conectar-se com pessoas fora de casa, alguém se distanciasse dos que estão em casa. Contudo, para quem o isolamento social é absoluto, o recurso a tais jogos pode ser quase tão vantajoso como um telefonema de um amigo.

Imagens do estado de emergência, do Observador



Distância social


!
Autor: Clay Bennett, na edição de ontem do Chattanooga Times Free Press.


Frederico Lourenço: Latim em tempos de coronavírus


"A beleza absoluta existe. É a língua latina."

Frederico Lourenço, ontem, na estreia do seu recente sítio educacional no Facebook, Latim do zero – Página de Frederico Lourenço para a aprendizagem do Latim

Segundo Lourenço, haverá uma lição por dia e o curso seguirá o método da sua Nova Gramática do Latim.

Esta é uma excelente iniciativa com potencial para mitigar a ansiedade dos tempos.



Vírus chinês?



W. H. Auden: "Luther" (1940)


With conscience cocked to listen for the thunder,
He saw the Devil busy in the wind,
Over the chiming steeples and then under
The doors of nuns and doctors who had sinned.

What apparatus could stave off disaster
Or cut the brambles of man's error down?
Flesh was a silent dog that bites its master,
World a still pond in which its children drown.

The fuse of Judgement spluttered in his head:
"Lord smoke these honeyed insects from their hives.
All Works, Great Men, Societies are bad.
The Just shall live by Faith..." he cried in dread.

And men and women of the world were glad,
Who'd never cared or trembled in their lives.

COVID-19: psicologia de massas e o papel higiénico




De Hong Kong a Austrália, Portugal, Reino Unido, EUA, Canadá, etc., a compra desenfreada de papel higiénico provocada pelo pânico relacionado com o coronavírus parece não ter outra explicação senão através da psicologia de massas. (Em Hong Kong, há cerca de um mês, o pânico já era tal que papel higiénico foi roubado à mão armada.) Artigo da CNN no passado dia 9 dá cinco razões para o fenómeno. As redes sociais sem dúvida facilitam a mimetização de comportamentos e a propagação de pânico à escala global à velocidade da luz. Para uma pequena história de fenómenos semelhantes, clicar aqui.

No Business Insider pode ler-se uma não menos interessante descrição da situação sob uma perspectiva de mercado. Bruce Lee, na Forbes, diz o que toda a gente no fundo sabe: a procura desenfreada de papel higiénico não se fundamenta em recomendações de especialistas, nas entidades dos estados, nem no risco de que o papel higiénico escaceie durante a epidemia, mas nota como o tiro pode sair pela culatra: "this situation can be a bit like poop in a toilet that’s being flushed: a vicious cycle. If you see others hoard toilet paper, that may in turn may make you [sic] worried that panic, regardless of whether it is justified, will lead to actual shortages." Além do pânico geral, o problema é composto pela confusão entre escassez de um produto no supermercado e escassez na produção e/ou distribuição do mesmo produto. Esta última, que é a única que justificaria razoavelmente este tipo de procura, é um cenário que não se antevê. Entretanto, a escassez circunstancial de papel higiénico já fez disparar a venda de bidés

Por isso, o melhor mesmo é encarar a situação com algum humor. Isto é o que o jornal australiano North Territory fez no dia 4 de Março ao imprimir diversas folhas de papel higiénico no próprio jornal. Segundo um tweet do próprio, as vendas da versão impressa do jornal aumentaram em cerca de 17%. Para aligeirar a situação, também há que ver este excerto do Seinfeld:


Achado na Net (2)


Sobre Introducing Feminist Theology, de Anne M. Clifford (Maryknoll, NY: Orbis, 2005).