COVID-19: psicologia de massas e o papel higiénico




De Hong Kong a Austrália, Portugal, Reino Unido, EUA, Canadá, etc., a compra desenfreada de papel higiénico provocada pelo pânico relacionado com o coronavírus parece não ter outra explicação senão através da psicologia de massas. (Em Hong Kong, há cerca de um mês, o pânico já era tal que papel higiénico foi roubado à mão armada.) Artigo da CNN no passado dia 9 dá cinco razões para o fenómeno. As redes sociais sem dúvida facilitam a mimetização de comportamentos e a propagação de pânico à escala global à velocidade da luz. Para uma pequena história de fenómenos semelhantes, clicar aqui.

No Business Insider pode ler-se uma não menos interessante descrição da situação sob uma perspectiva de mercado. Bruce Lee, na Forbes, diz o que toda a gente no fundo sabe: a procura desenfreada de papel higiénico não se fundamenta em recomendações de especialistas, nas entidades dos estados, nem no risco de que o papel higiénico escaceie durante a epidemia, mas nota como o tiro pode sair pela culatra: "this situation can be a bit like poop in a toilet that’s being flushed: a vicious cycle. If you see others hoard toilet paper, that may in turn may make you [sic] worried that panic, regardless of whether it is justified, will lead to actual shortages." Além do pânico geral, o problema é composto pela confusão entre escassez de um produto no supermercado e escassez na produção e/ou distribuição do mesmo produto. Esta última, que é a única que justificaria razoavelmente este tipo de procura, é um cenário que não se antevê. Entretanto, a escassez circunstancial de papel higiénico já fez disparar a venda de bidés

Por isso, o melhor mesmo é encarar a situação com algum humor. Isto é o que o jornal australiano North Territory fez no dia 4 de Março ao imprimir diversas folhas de papel higiénico no próprio jornal. Segundo um tweet do próprio, as vendas da versão impressa do jornal aumentaram em cerca de 17%. Para aligeirar a situação, também há que ver este excerto do Seinfeld:


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